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Em 40 anos de história, nunca o Dakar teve um início com tanto drama. A dureza e as dificuldades do deserto peruano fizeram inúmeras vítimas em toda a caravana, candidatos à vitória incluídos. Carlos Sousa esteve para engrossar a lista de desistências, mas o português fez questão de vencer todas as adversidades, levando o Duster até ao final da 5ª etapa, ainda que perdendo 5h36m49s para o mais rápido do dia. Com este resultado, o piloto caiu para o 26º lugar da classificação geral, mas o Dakar ainda nem chegou a meio…

Não há memória de um Dakar como o deste ano. O dia de despedida do Peru fica marcado por inúmeros problemas e desistências. Há quem diga que as dunas que fizeram parte da especial foram das mais difíceis da história do Dakar (África incluído). Depois do brilhante 13º lugar conquistado na etapa da véspera, Carlos Sousa viveu hoje o inferno e a desistência chegou a estar na mente do piloto.

Logo nos quilómetros iniciais da especial, Carlos Sousa chegou a ter a companhia de pilotos como Sébastien Loeb, Cyril Despres, Giniel de Villiers, entre outros, num ‘atascanço’. «Era uma zona muito, mas mesmo muito difícil, mas de onde até conseguimos sair sem perder muito tempo. O problema foi ao quilómetro 20, quando ficámos apenas com tração traseira no Duster. A partir daí, os ‘atascanços’ foram sucessivos e optámos por parar. Ficámos à espera de um camião que transportava peças e ao fim de umas horas lá conseguimos fazer a reparação, em mais um excelente trabalho do Pascal (o navegador).»

Carlos Sousa confessa que, «até ao final da etapa, o espírito dentro do carro não era o melhor. Estávamos cansados e desanimados, mas decidimos ir até ao fim», numa demonstração de enorme perseverança, determinação e profissionalismo.» Mas como admite o português, «é claro que nos passou pela cabeça desistir. As hipóteses de conquistar um bom resultado esfumaram-se. Mas depois de termos superado uma etapa como a de hoje e, no fundo, todos estes dias, temos de continuar. Hoje, no controlo final, recebemos imensas mensagens de apoio, o que nos deu imenso ânimo. Por isso, não vamos desistir e como ainda nem sequer estamos a meio da prova, vamos tentar surpreender nas etapas que forem mais favoráveis ao Duster.»

Com as 5h36m49s perdidas na especial de hoje, Carlos Sousa desceu para o 26º lugar da classificação geral. As hipóteses de conquistar um bom resultado são bastante reduzidas, mas o português está determinado em continuar a vencer aquela que, certamente, ficará para a história como uma das mais duras e difíceis edições do Dakar. Pior sorte teve o colega de equipa do Duster Dakar Team, uma vez que Emiliano Spataro nem sequer chegou a partir para a especial de hoje, devido aos danos irreparáveis no Duster, depois de um acidente na etapa de ontem.

A etapa de amanhã

Quinta-feira, 11 de janeiro/6ª Etapa (Arequipa/La Paz) – 758 km (SS: 313 km)

O Dakar troca o Peru pela Bolívia e com a troca vêm novos desafios. O deserto dá lugar à montanha e as pistas tornam-se mais rápidas. A partida para o segundo sector cronometrado far-se-á nas margens do Lago Titicaca e com a entrada no Altiplano boliviano e a navegação a 2500 metros acima do mar aparecem as primeiras dificuldades com a altitude.

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