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Definitivamente, este não foi o Dakar de Carlos Sousa. Depois de perder mais de duas horas na segunda etapa por problemas mecânicos, chegando a cair para o 94.º lugar da geral, o piloto português foi hoje obrigado a desistir no decorrer da quinta especial da prova, que disputava pela 17.ª vez na sua carreira e segunda consecutiva ao serviço da equipa Mitsubishi Brasil.

Após dois dias em que logrou recuperar nada menos do que 40 lugares à geral, tudo se precipitou no decorrer da segunda metade da etapa Maratona, a mais de 4.000 metros de altitude.

“A especial estava a correr-nos muito bem. Tínhamos já ultrapassado vários carros e seguíamos a um bom ritmo. Só que de repente, começou a chover intensamente, depois a cair granizo e o vidro da frente embaciou totalmente, deixando-nos quase sem visibilidade para a estrada. Abrandei para o Paulo Fiuza poder limpar o vidro, só que em menos de dois segundos estávamos com o carro fora de pista, junto a um precipício e pendurados em duas pedras. O João Franciosi, nosso colega de equipa na Mitsubishi Brasil, ainda nos tentou ajudar, só que na posição em que o carro ficou só mesmo com a ajuda de um camião”, começou por explicar Carlos Sousa.

“Tentámos pedir novamente ajuda, mas ninguém quis parar… Vimos o tempo a passar e a temperatura a baixar abruptamente. Com zero graus e a 4.000 metros de altitude, começamos a passar um pouco mal… Foi então que os médicos da prova chegaram e insistiram para abandonarmos o local, porque não nos deixariam passar ali a noite. E assim, viemos de helicóptero até ao acampamento, tristes e desolados por este desfecho. Mas realmente, este não era mesmo o nosso Dakar”, contou Carlos Sousa, após a confirmação do seu terceiro abandono, segundo na América do Sul, em 17 participações na prova.