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Pelo terceiro ano consecutivo, Carlos Sousa está de volta à América do Sul para defender as cores do maior exportador automóvel da China na 36ª edição do Rali Dakar, a disputar entre os dias 5 a 18 de janeiro de 2014.
Sexto classificado em 2012 e 2013, o piloto português volta a ser a grande esperança da Great Wall Motors (GWM) para discutir um lugar entre os dez primeiros da corrida automóvel no maior e mais difícil rali do mundo, onde volta a formar dupla com Miguel Ramalho.
Piloto e navegador marcaram presença esta segunda-feira na apresentação oficial da equipa, em Pequim, numa cerimónia onde Dong Ming, vice-presidente da Great Wall Motors, deu a conhecer as principais novidades para 2014.
Assim, e nesta que será já a quinta participação da Great Wall Motors num Dakar, o objetivo passa por colocar dois carros no Top-10 da classificação geral, num ano em que Carlos Sousa passará a ter como colega de equipa o experiente Christian Lavieille, Campeão do Mundo de T2 em 2006, por troca com o chinês Zhou Yong,
Já com nove participações no Dakar, tendo como melhor resultado um 8º lugar em 2011, o piloto francês, de 47 anos, fará dupla com o compatriota Jean-Pierre Garcin, navegador que acompanhou Carlos Sousa no seu primeiro Dakar com a Great Wall Motors, em 2012.
“Embora fique um pouco triste pela saída do Zhou, com quem sempre tive uma excelente relação, a verdade é que a equipa entendeu reforçar-se com um piloto mais experiente e que seguramente vai andar a discutir as mesmas posições do que eu… Nunca corremos

na mesma equipa, mas já nos defrontamos várias vezes. É um piloto rápido, consistente e muito bom tecnicamente. Tem participado ativamente no desenvolvimento do carro para este Dakar, pelo que vai ser uma importante mais-valia para a equipa”, apontou Carlos Sousa.
Mas as novidades estendem-se igualmente ao capítulo técnico, uma vez que o SUV Haval, embora mantendo a sua base, recebeu este ano importantes desenvolvimentos tanto ao nível das suspensões como da gestão eletrónica do motor.
“Não sendo uma revolução, são duas importantes evoluções que decorrem de uma mudança de fornecedores e que visam compensar a falta de competitividade que experimentámos durante o último Dakar”, recorda o piloto português. “É claro que continuam a falar argumentos para lutar de igual para igual com as principais equipas do pelotão. Mas, pelo menos, conseguimos dar um pequeno salto competitivo e melhorar a performance do carro em dois capítulos fundamentais”, sublinha.
O Haval sofreu também uma atualização a nível estético, passando a estar de acordo com a nova imagem da marca estreada no SUV H6.
“É um facto que a Great Wall preocupou-se em reforçar a equipa e melhorar o carro face ao ano passado. Mas temos de ser realistas e perceber que estes pequenos up-grades não serão ainda suficientes para subirmos a fasquia e aspirarmos a uma classificação no Top-5, por muito que eu gostasse… Face ao nível competitivo das outras equipas, colocar dois carros no Top-10 seria já um resultado assinalável”¸ analisa Carlos Sousa, apontando Stéphane Peterhansel, Nasser Al-Attiyah e Carlos Sainz como “os principais favoritos à vitória nesta edição”.
“Temos um carro fiável, mas que ainda é não tão performante como os MINI, os Toyota ou mesmo os BMW, já não para não falar dos Buggies, que continuam a beneficiar de um regulamento técnico bastante mais permissivo, colocando-os num outro patamar. Nesse contexto, é evidente que não podemos sair para cada etapa a pensar que vamos discutir um lugar no pódio com os nossos adversários. Temos de continuar a ser regulares e apostar cada vez mais na fiabilidade, ainda mais numa edição que promete ser a mais

dura de sempre na América do Sul”, antevê Carlos Sousa, que em 14 presenças no Dakar apenas por uma vez desistiu, terminando por 10 vezes no Top-10 da geral. A sua melhor classificação continua a ser o 4º lugar alcançado em 2003.
Mas, independentemente do resultado que a equipa vier a conseguir em 2014, uma coisa parece certa: a Great Wall Motors está apostada em avançar com um novo e ambicioso projeto para 2015.
“O Dakar tem cada vez mais popularidade na China e a Great Wall, que está hoje presente em mais de 100 países, parece estar decidida a dar um passo em frente neste projeto, investindo na construção de um novo carro. Faltará agora decidir a sua configuração, uma vez que é importante perceber em que sentido vai o evoluir o regulamento automóvel do Dakar”, revelou o piloto português, após a conferência de imprensa desta segunda-feira.
Juntando 438 equipas (175 motos, 41 quads, 151 automóveis e 71 camiões) em representação de mais de 50 nacionalidades, a 36ª edição do Dakar visitará pela sexta vez consecutiva a América do Sul, iniciando-se a 5 de janeiro, em Rosario (Argentina), e terminando a 18 de janeiro, em Valparaíso (Chile).
Repartido por 14 etapas, incluindo já o dia de descanso, a 11 de janeiro, em Salta, Argentina, o percurso desta edição totaliza 9.374 km para os automóveis, dos quais 5.552 (mais 1.367 km do que em 2013) serão disputados ao cronómetro.
“Desde que o Dakar se mudou para a América do Sul em 2009, as pistas têm sido muito variadas, mas sempre menos exigentes do que em África, de tal forma que se transformou mais numa corrida de Sprint do que propriamente numa prova de resistência. Acredito que a Organização quis recuperar algum espírito africano neste Dakar, propondo agora prova mais dura e seletiva que nas últimas edições”, admite Carlos Sousa, que em 2014 ostentará o nº 306 nas portas do seu SUV Haval.

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