Skip to main content

Resultados são ainda provisórios, uma vez que apenas 9 concorrentes da categoria automóvel terão passado no Way Point 9, a cerca de 150 km da chegada

A tradição cumpriu-se. No reatar da competição após a jornada de descanso, em Iquique, a organização do Dakar “brindou” os concorrentes da categoria automóvel com uma longa e duríssima especial até Calama, no Chile, num total de 450 km cronometrados.

Na etapa que marcou a despedida do Atacama e que terá, tudo indica, decidido o vencedor desta edição, o dia começou com areia e dunas, mas rapidamente evoluiu para caminhos estreitos e bem mais tortuosos, com muita pedra, saltos, vento e fesh-fesh, até ao estonteante ponto de chegada, colocado a mais de 3.200 metros de altitude.

No dia em que se verificaram as maiores diferenças na frente da corrida automóvel, a extrema regularidade e espírito de sacrifício de Carlos Sousa e Paulo Fiuza vieram de novo ao de cima, com a dupla portuguesa a conseguir dar mais um pulo na classificação, passando do 9º para o 7º lugar na geral – precisamente o objetivo que definiram para este Dakar 2015. De resto, e face aos cerca de 18m ganhos hoje ao francês Christian Lavieille, o 6º posto está agora a apenas… 2m de diferença.

Porém, uma importante dúvida persiste ainda em relação ao escalonamento final desta etapa e da própria classificação geral, já que a grande maioria dos concorrentes não terá conseguido descobrir o Way Point 9, a sensivelmente 150 km do final da especial. De acordo com o site oficial do Dakar, que acompanha o evoluir da corrida em tempo real, apenas nove equipas terão efetivamente passado neste ponto. Se tal se confirmar, há muitas penalizações a atribuir no final do dia.

Carlos Sousa poderá um desses pilotos, embora a confirmar-se esta teoria – de que muitos outros concorrentes também falharam o WP9 –, o português poderá vir a manter o 7º lugar da geral.

“Foi um dia que poderia ter sido muito bom, mas que acaba com este sentimento de frustração, porque sabemos que falhámos um Way Point na parte final do percurso. Também sabemos que não fomos os únicos, pelo que é difícil saber qual o balanço que podemos fazer deste dia…”, afirmou Carlos Sousa.

“Foi talvez o dia em que andámos mais forte. Arriscámos tudo e as coisas pareciam estar a correr muito bem. Tínhamos já ultrapassado vários carros na estrada e seguíamos praticamente isolados, até que o Paulo (Fiuza) levantou a dúvida relativamente a um WP que teríamos falhado uns quilómetros mais atrás. Não arriscámos e voltámos atrás, andando mais de 20 km para trás e para a frente, no meio de vários carros e motas que também estavam perdidos, à procura do mesmo Way Point. Teoricamente, incorremos numa penalização de 40m, o que é bastante tempo. A dúvida agora é mesmo saber que outros pilotos também virão a ser penalizados e qual será a nossa posição no final do dia”, explicou o piloto português, hoje 16º na especial.

 

CLASSIFICAÇÃO* – ETAPA 9

1º Roma/Périn (MINI), 4h41m56s

2º Al-Attiyah/Baumel (MINI), +6m27s

3º Vasilyev/Zhiltsov (MINI), +15m52s

4º De Villiers/Von Zitzewitz (Toyota), + 21m58s

5º Alrajhi/Gottschalk (Toyota), + 27m16s

(…)

16º SOUSA/FIUZA (Mitsubishi), + 52m49s

 

GERAL * – APÓS ETAPA 9

1º Al-Attiyah/Baumel (MINI), 31h29m38s

2º De Villiers/Von Zitzewitz (Toyota), + 23m58s

3º Alrajhi/Gottschalk (Toyota), +39m29s

4º Holowczyc/Panseri (MINI), + 1h17m41s

5º Van Loon/Rosegaar (Toyota), + 2h01m46s

6º Lavieille/Maimon (Toyota), + 2h51m39s

7º SOUSA/FIUZA (Mitsubishi) + 2h07m39s

(…)

* Classificação provisória.

 

A ETAPA DE AMANHÃ

Etapa 10: Calama (CHL) – Salta (ARG)

Total: 860 km

Especial: 359 km

O regresso da caravana à Argentina é feito, desta vez, pelas Salinas Grandes, a mais de 3.600 metros de altitude, o que poderá fazer baixar o ímpeto dos pilotos e abrandar os motores na parte inicial da especial. O final mais técnico precede o troço de ligação que os concorrentes ao Paso de Acay, a uns impressionantes 4.970 metros.