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Que imenso privilégio para o público e para o país e que enorme sucesso foi a GLEX Summit. Durante três dias, mais de quatro dezenas de exploradores e cientistas, de 14 nacionalidades, estiveram em Portugal, na ilha açoriana da Terceira, a revelar as suas mais improváveis descobertas e as suas notáveis descobertas científicas. Três dias intensos de partilha de conhecimento, de emoções e com anúncios surpreendentes: a realização da primeira missão espacial análoga a Marte na Terceira (a primeira de sempre em Portugal!), a abertura do World Center of Exploration na Base Aérea das Lages e o convite lançado à organização para que Angra de Heroísmo acolha a sede permanente da GLEX Summit. Esta foi a quarta edição da cimeira que já é internacionalmente reconhecida como a “Davos da exploração”.

Com três dias de lotação esgotada, a quarta edição da GLEX Summit foi um enorme sucesso e as palavras de Richard Garriott, presidente do The Explorers Club of New York (a prestigiada agremiação de líderes da exploração do planeta) confirmam-no: “Esta foi a quarta edição da GLEX Summit e talvez a melhor de sempre. Sim, é fácil dizer, mas temos vindo sempre a evoluir, não apenas a selecionar os melhores exploradores do planeta para os trazer a Portugal, mas também a integrar a economia, os exploradores e os estudantes locais na cimeira. Foi uma edição muito poderosa, no magnífico cenário dos Açores e, em particular, da Terceira. Nós estamos a fazer o que é certo, pois é importantíssimo passar a mensagem de como devemos proteger o nosso planeta, que é o único que temos para viver agora”.

Para Manuel Vaz, fundador da Expanding World, a empresa responsável pela organização da GLEX Summit, o balanço “dificilmente podia ser mais positivo. Pelo número e qualidade dos cientistas, exploradores e startups presentes, pelos surpreendentes anúncios que fizemos, pela presença de altos representantes da NASA, Axion Space e SpaceX, bem como pelo envolvimento, em diferentes dimensões, de inúmeras entidades nacionais e regionais. Sim, estamos bastante orgulhosos e, enquanto português, vou continuar a lutar para que o nosso país continue a ser palco do maior encontro anual de exploradores e cientistas realizado no planeta”.

O derradeiro dia da GLEX foi reservado à sessão “EC50 da Rolex: Possibilidades”. Mais de duas horas centradas na aceitação da incerteza, na assunção de riscos e na descoberta de potenciais oportunidades que podem ter sido esquecidas anteriormente, com a ajuda de membros do The Explorers CLUB 50.

O biólogo, Alejandro Arteaga, responsável pela descoberta de 29 novas espécies e que tem feito um trabalho notável para evitar a perda de biodiversidade tropical e atenuar os efeitos do aquecimento global foi o primeiro a subir ao palco no terceiro dia da GLEX Summit: “Muitas vezes é doloroso gastar tanto tempo, dinheiro e esforço para não encontrar absolutamente nada. Mas é essa a nossa missão. Muitas vezes nem temos a certeza se uma determinada espécie é mesmo nova e a confirmação, tanto pode ser instantânea, como pode demorar anos”.

Aziz Abu Sarah tem dedicado a sua vida a juntar israelitas e palestinianos, com o objetivo de construírem uma compreensão mútua e estabelecerem relações duradouras. “Não cresci como alguém que acredita na paz. Isso era ridículo para mim, quando era miúdo. Quero que se imaginem com 10 anos de idade e verem o vosso irmão a ser morto… Estamos divididos por muros de ignorância e de medo e, na minha família, foi preciso o meu pai viajar, para percebermos que não estamos condenados a viver em conflito”.

Kimberly Kivvaq Pikok é uma pescadora Iñupiaq, de Utqiaġvik, no Alasca, mas também uma estudante de pós-graduação em estudos interdisciplinares, pesquisando e observando toda a atividade relacionada com os caçadores e baleeiros da região. “O mérito não é meu, mas sim das pessoas que me inspiraram. Mas admito que é triste ver as crianças que tem boas notas a ser aceites para programas de educação, enquanto as crianças que estão a aprender a caçar, a sobreviver, a interpretar a natureza, são rejeitadas e não podem continuar os seus estudos”. Mas Kimberly não disfarçou a emoção quando, em plano palco da Glex Summit, afirmou: “Todos vocês me inspiram. Estão aqui, estão a aprender e isso é realmente inspirador”.

Para além de velejadora e mergulhadora, Emmanuelle Périé-Bardout tem desenvolvido vários programas ao nível da educação e conservação, enquanto Ghislain Bardout é uma referência em mergulho científico de profundidade, nomeadamente nos polos, tendo promovido várias expedições centradas na descoberta científica e na sensibilização. “Quanto mais se mergulha, mais se sente que se está noutro planeta… Os oceanos são grandes e há muito a fazer para os proteger… O seu maior problema é que a maior parte da humanidade não consegue ver o que está lá em baixo… Toda a gente sabe a importância das florestas para o planeta e o quanto estão ameaçadas. O  mesmo problema está a ocorrer nos oceanos, mas as pessoas não o vêm. Daí a exploração científica dos oceanos ser importante, por dar-nos esperança”. Estas foram apenas algumas das frases mais expressivas do casal francês.

Desde 2009 que Michael Altenhofen integra a equipa da SpaceX e enquanto responsável comercial, também tem tirado proveito da sua experiência única em engenharia para definir as novas capacidades dos veículos para as missões atuais e futuras de voos espaciais tripulados. “O objetivo da SpaceX é tornar a vida ‘multiplanetária’. Apesar de apenas 12 pessoas terem pisado a lua, queremos tornar a exploração possível”

Mário Ferreira foi o primeiro português a viajar no Espaço. Uma experiência realizada a bordo da Blue Origin NS-22, em 2022, que o empresário considerou “memorável e inesquecível. O meu sonho era fazer a circum-navegação do globo num barco, não ir para o espaço. Realizei-o aos 18 anos e, depois disso, comecei a pensar no que iria fazer a seguir. Agora, confesso, que o meu maior sonho ainda está por realizar: fazer uma viagem orbital”

A GLEX Summit foi uma organização da Expanding World, com a chancela e curadoria da prestigiada agremiação de líderes da exploração do planeta, o The Explorers Club of New York.

Sobre a GLEX Summit:
A Global Exploration Summit (GLEX Summit) foi criada no âmbito da celebração do quinto centenário da primeira circum-navegação do mundo, comandada por Fernão de Magalhães. Em 2019, na edição de estreia, a organização e o painel de oradores assinaram a Declaração de Lisboa, firmando o compromisso com a exploração fundamentada na procura de conhecimento científico para o progresso da humanidade e de toda a vida na Terra e no universo.

Em apenas três edições, a GLEX Summit tornou-se a maior cimeira de exploradores à escala global, ao conseguir reunir um notável leque de oradores nas áreas da conservação da natureza, oceanos, Terra e Espaço, de que são exemplo lendas vivas da exploração e investigação como James Garvin, Brian Cox, Beverly e Dereck Joubert, Fabien Cousteau, Sian Proctor, Sylvia Earle, entre muitos outros. As dezenas de palestras conduziram os espectadores a uma viagem por descobertas vanguardistas, tendo sido apresentadas importantes missões científicas e tecnologias de ponta que têm impulsionado a Humanidade para novas fronteiras do conhecimento.

Por outro lado, a cimeira tem posicionado Portugal enquanto destino de boas práticas na conservação dos oceanos, na produção e partilha científica, assim como destino referência de inclusão e diversidade.


Certificação sustentável
A GLEX é um evento eco-responsável, com a certificação da gestão sustentável de eventos pela norma ISO 20121. Esta certificação foi atribuída à Expanding World pelo esforço empreendido em conjunto com o The Explorers Club de implementação de um sistema de gestão sustentável da cimeira.

Discovery+/HBO
Algumas das palestras da GLEX chegam ao Discovery+, a plataforma de streaming da Warner Bros. Discovery, numa série produzida para a multinacional americana que conta já com duas temporadas. Os episódios da terceira temporada, lançada brevemente, abrangem algumas das missões científicas e descobertas apresentadas no palco da GLEX, como os vulcões ativos no universo, a primeira Estação Espacial Comercial e os desafios e avanços da medicina espacial. Após a fusão da Discovery com a WarnerMedia, a plataforma de streaming tem cerca de 95 milhões de subscritores.