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Apesar de só há poucas semanas ter completado 18 anos, Guilherme Oliveira está a viver o sonho de qualquer piloto de automobilismo, ao competir nas Rolex 24 Horas de Daytona, uma das mais famosas e importantes provas de Resistência do mundo, que será disputada entre quinta-feira e domingo, na Flórida (Estados Unidos). Este sábado disputou-se a qualificação (ROAR Before the 24), onde o jovem piloto de Vila Nova de Gaia conseguiu um brilhante 4º tempo na categoria, chegando mesmo a liderar a sessão, na estreia absoluta da alemã MRS GT-Racing no campeonato IMSA.

“Mágico”. Foi assim que Guilherme Oliveira resumiu os seus primeiros dias nas Rolex 24 Horas de Daytona, a mais célebre corrida de resistência nos Estados Unidos da América e uma das mais importantes do mundo. Depois de, em 2022, se ter sagrado vice-campeão da Europa de LMP3, no ELMS, o jovem piloto português foi convidado pela equipa MRS GT-Racing para pilotar um Ligier da categoria LMP3 em Daytona, ao lado do mexicano Sebastián Álvarez, do singapurense Danial Frost e do norte-americano Alex Vogel. Depois das primeiras sessões de treinos livres, que permitiram a Guilherme Oliveira um primeiro contacto com a pista norte-americana, famosa pela zona de banking (oval) e pelas gigantescas bancadas, a equipa escolheu-o para disputar a ROAR Before the 24, a sessão de qualificação para as 24 Horas de Daytona do próximo fim de semana.

Apesar da pouquíssima experiência da equipa com o carro e da estreia absoluta em Daytona, Guilherme Oliveira mostrou logo que era um dos pilotos mais rápidos da categoria LMP3. A nove minutos do final da sessão, o jovem piloto de Vila Nova de Gaia saltou para o topo da tabela de tempos por breves momentos, conseguindo uma volta em 1m45,104s. Esse tempo viria a ser batido à medida que os carros ficavam mais leves (com menos gasolina), e apesar de ter baixado a marca para 1m43,557s, Guilherme Oliveira terminou a ROAR num excelente 4 lugar da categoria.

“Até acredito que podia perfeitamente ter conseguido a pole position, mas por outro lado tenho de perceber que é a minha estreia absoluta e da própria equipa em Daytona. Os primeiros treinos livres foram para afinar minimamente o carro e começámos a três segundos da frente. Infelizmente, fui para a ROAR com poucas voltas no carro, mas dei o meu máximo e senti mesmo que podia ter terminado ainda mais à frente. Numa corrida de 24 horas, o lugar de partida não é assim tão crucial e tanto eu como os meus companheiros de equipa sabemos a tarefa dura que temos pela frente, a partir de sábado. Vamos tentar preparar bem a corrida nos treinos que vão realizar-se durante a semana”, afirmou Guilherme Oliveira, que é o mais jovem piloto português de sempre a competir nas 24 Horas de Daytona, uma prova que João Barbosa e Filipe Albuquerque já ganharam.

Momento especial

“Foi mágico. A cultura do automobilismo nos Estados Unidos é mesmo especial e Daytona é um local único, com uma atmosfera incrível. Basta dizer que, na ROAR, já tínhamos milhares e milhares de adeptos a acampar no circuito, num ambiente que nunca encontrei na minha vida. Correr aqui é um momento muito especial na minha carreira”, concluiu.

A 61ª edição das Rolex 24 Horas de Daytona será disputada por 61 equipas, divididas por diferentes categorias. A corrida principal, que começa às 18h40 (hora portuguesa) do próximo sábado, tem este ano um atrativo-extra: a estreia dos novos Hypercars da categoria-rainha, a GTP, onde pontificam marcas como a BMW, Porsche, Acura (Honda) e Cadillac.

E no meio do competitivo pelotão, numa das catedrais do automobilismo mundial, há um jovem português determinado a fazer História.